Sunday, July 15, 2007

Monday, July 09, 2007


De onde vem esse sentimento?
Quem tem culpa no cartório?É a minha companheira inseparávelSua fidelidade é incomparávelE me perdoa por não ter razãoA minha culpa de estimaçãoCulpa de EstimaçãoCazuza / Roberto FrejatKatia Horpaczky A culpa é um sentimento que causa o ódio de si mesmo e com isso aautopunição e o desequilíbrio emocional. Isso acontece porquegeralmente nasce de uma exigência, de algo que não queremos fazer eque pode nos levar a submissão. A culpa talvez seja o método maiseficaz de fazer com que uma pessoa se submeta aos caprichos ou desejosde outra.O sentimento de culpa ganhou requintes familiares e muitos pais usamdesse sentimento para conduzir seus filhos, educando-os através dachantagem emocional, ou do "... se confessar que teve culpa euperdôo-o".
Antigamente era comum, ou talvez ainda aconteça seja nos dias atuais,o pai ou a mãe, quando não tinham um resultado louvável segundo seusdesejos, costumavam fazer imposições aos filhos fazendo uso detécnicas culpáveis do tipo: "Deus castiga...", "isso é pecado...", "euvou morrer de tanto desgosto...", "você quer me matar..." ou aindapunindo com ameaças de falta de amor ou proteção e até mesmo a ameaçade uma exposição pública. Isso só ajuda a produzir uma confusão deidéias e lógica de raciocínio por meio do mal estar emocional.
A culpa é um sentimento que não nasce dentro de nós, precisa serimplantado por outra pessoa e em seguida ser assimilada, quanto maissugestionável ou ingênua for à outra pessoa, maior será a suaautodestruição. Na medida em que a culpa vai sendo cultivada, cria-semaior dependência ao locutor, aumentando o desconforto interior e, comisso, maior submissão.Quando não fazemos algo que gostaríamos de ter feito ou que poderíamoster feito, sentimos um pequeno desapontamento que subitamente se vai,a isso chamamos de remorso. Aí está a diferença entre culpa e remorso,o remorso é um sentimento que nasce dentro da gente, enquanto a culpavem de quando nos é exigido algo que não temos vontade, que não temoscapacidade ou vocação para fazer. Pela falsa compreensão que temos,exigimos isso de nós mesmos: em forma avaliação e, conseqüentemente,de condenação, resultando em culpa de não termos conseguido.
A culpanada mais é que o desejo que os outros tem em dominar a outra pessoa.Cultivar esse sentimento é aceitar essa dominação, é responsabilizar-se pelos remorsos dos outros, pelas incompetências dosoutros, pelas frustrações dos outros.Cada um de nós tem o seu próprio ideal, seu limite, seus recursos e asua vocação. Para nos livrarmos da culpa basta fazermos apenas o quenos é correto, seguindo nossa consciência, fazer o que não cause danosa nós mesmos ou aos outros. Parar de fazer o que anula nosso livrearbítrio, fazer apenas o que está dentro da nossa capacidade de fazerou aceitar, dentro das nossas limitações e recursos, sem termos queagradar o outro o tempo todo. Podemos dizer que o afeto dos outros é aforma de interação social mais desejada. Buscamos esse afeto agradandoao outro, fazendo o que o outro gosta, sendo bem-sucedido, cuidando daaparência e, sobretudo, não procurando desagradar ninguém que nos sejaimportante.Nós podemos apenas colaborar com os outros conforme a nossa vontade ouafinidade. Agora, submeter-se à vontade do outro só para ser aceito,para agradar, é renunciar ao nosso direito, é comprometer nossaauto-estima.Culpa advém das regras do grupo em que se vive e se valoriza. Se nãovalorizássemos as outras pessoas de nossas relações, não sentiríamosculpa quando fizéssemos coisas que as levariam a sofrer, seríamosindiferentes.
O problema maior da culpa é a imposição de sanções AOINDIVÍDUO e não ao comportamento específico que produz algumaconseqüência aversiva para os outros e para si.Devemos aproveitar cada momento de nossa vida para melhorar nossasatitudes sem medo de que alguém nos culpe, sem medo de sermos comisso egoístas, mas sim porque nos leva a nossa prosperidade e a nossaevolução.Quando sentimos culpa, estamos em guerra conosco próprios. Violamos algum dos padrões de comportamento muito nossos. Sendo assim, será amelhor altura para passarmos em revista os nossos padrões depensamento e comportamento, pedir desculpa, fazer compensações econcessões, aprender com a experiência e aprender a desculparmo-nos.Esse também é um grande aprendizado.A aprendizagem faz-se com erros. Por isso, devemos interiorizar aidéia de que pelo fato de termos cometido um erro, isso não significade todo que sejamos um erro.A vida nos pede apenas que façamos nossa parte, nossa função, nossa obrigação... Não cabe a nós viver ou resolver a vida dos outros,podemos apenas orientar, ensinar, ajudar, mas nunca conduzir os outrosou deixar ser conduzido.Katia Horpaczky é psicóloga clínica
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