Thursday, July 23, 2009

tudo muda


O Sol nasce todos os dias de forma diferente, o vento nunca nos beija com a mesma vontade nem com a mesma força, os dias nascem e morrem, sempre com indesmentíveis personalidades que os tornam únicos, até os nossos dedos têm uma marca que os distingue a todos, porém, eu quero que tudo se resolva na imutabilidade de um querer, de carregar até ao fim dos dias, como se nada mudasse, como se os cabelos e as rugas não se mexessem, que fôssemos sempre nós de forma permanente.

Quando digo quero, quero que se decrete a vontade na posse da minha absoluta autoridade, da minha independência, do que é meu – um meu de propriedade, registro de notário, força de lei – da minha própria lei.

Travestido da exigência, sem perfumes, que o sabão azul e branco chega, mesmo que me queiras sorver a alma com um pequeno sorriso..

Peço como se desses ordens, declaro as opiniões, regalado no meu próprio silêncio, na minha cegueira.

Vejo a todo o mundo e não me vejo a mim próprio.

Sou mais cego que o obscuro breu dos becos onde nunca entrou um raio de sol..

Abro os olhos, esforço as pupilas, e apenas tu podes ser meu reflexo, meu lago calmo e vítreo que acompanha os meus movimentos, que me serve de eco e me fere os ouvidos.

Antes me calasse. Antes te ouvisse e respondesse a mim próprio com a verdade dolorida das feridas que não me cicatrizam.

Jorge Bicho...

Sunday, July 19, 2009

Tuesday, July 14, 2009

Hoje eu sei
Hoje eu sei que a compaixão é capaz de
transformar o mundo e transformar o ser.
Hoje eu sei que a compaixão pode ser
desenvolvida, cultivada, que as áreas do cérebro responsáveis pela compaixão
podem ser estimuladas.
Hoje eu sei que é possível "musculação de neurônios"
através da meditação e do pensamento amoroso, terno, inclusivo, compreensivo,
sábio.
Hoje eu sei que Buda se manifesta em cada ser que se entrega à bondade
e ao Caminho do Bem, que é o Caminho Iluminado.
Hoje eu sei que a Verdade é
o Caminho. A Verdade com "V" maiúsculo, onde tudo está incluso - até mesmo
as mentiras.
Hoje eu sei que não sei, que não há nem mesmo um "eu" que sabe e
não sabe.
Hoje eu sei que intersomos, interconectados com tudo que
existe. Somos um só corpo e uma só vida. Estamos em rede. Na rede de
Indra, feita de raios luminosos e em cada intersecção uma jóia recebendo e
emitindo raios em todas as direções.
Hoje eu sei que somos co responsáveis
pela realidade em que vivemos, pelo mundo em que estamos e que não adianta
reclamar, é preciso agir para transformar.
Hoje eu sei que a juventude passa,
os amores passam, a velhice passa, os desamores passam. Tudo é transitório
e passageiro. O que se une inevitavelmente se separa. E assim é.
Hoje eu sei
que a pessoa mais forte é aquela que se bende primeiro - assim como o bambu -
flexível.
Hoje eu sei que a água é capaz de se moldar ao recipiente que a
contém e que o gelo é duro e pode ferir. Então faço dos ensinamentos
sagrados o sol que derrete o gelo e nos liberta de nossa própria frieza.
Hoje
eu sei que é preciso sentir, que a indignação é uma alavanca para as grandes
transformações e que as grandes transformações são feitas de pequenos gestos
simples no dia a dia.
Hoje eu sei que palavras amorosas e ternas afetam as
moléculas de água e que somos mais de 75% água. Então eu cuido do que falo, do
que penso e como ajo.
Hoje eu sei que a mudança depende de mim, de cada um
de nós. E que só há um caminho: ação amorosa e não violenta para resolver
conflitos e atritos.
Hoje eu sei que a vida vale a pena ser vivida em sua
plenitude deste instante eterno.
E tudo que temos é este instante.
Aqui e agora.
Mãos em preceMonja Coen

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