Thursday, March 06, 2008

Nossa turma do barulho....hehe
Viva melhor!
(autor desconhecido)

Na atualidade, segundo a orientação do Organização Mundial da Saúde, entidade criada pela ONU para definir e elevar no mundo os padrões de qualidade deste campo, a saúde é delineada como um "estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade".

Ainda que indo bastante além da antiga e simplista noção de "ausência de doença", a definição acima não encerra em si tudo o que procuramos para esta base tão elementar de nossas vidas.

Então, o que é necessário além do bem-estar físico, mental, social e a ausência de doenças, para que estejamos plenamente satisfeitos em termos de saúde? O que é necessário para viver melhor e mais?

Pensando em abordagem integral à saúde, e nos aventurando numa reflexão e uma estimativa sobre o que denotaria sermos saudáveis ou não, iremos adiante nesta conceituação, ultrapassando-a e nos questionando acerca do que é uma vida de qualidade.

Para a maioria de nós, não excetuando aí os técnicos da área, a saúde seria puramente uma ausência de sintomas físicos / emocionais. Assim, sem um problema diagnosticado seríamos enquadrados como saudáveis, ainda que neste momento estivéssemos mal. É bastante comum hoje em dia (como também deveria ser no passado), encontrarmos pessoas que não se sentem bem de forma plena e que mesmo depois de consultas e exames, concluem que estão saudáveis, mesmo persistindo a sensação de mal estar.

No ocidente, a noção dualista cartesiana de que a saúde e a doença são opostos incondicionais cerceia as possibilidades de meios-termos que nos colocaria mais próximos da nossa eventual sensação de que "hoje não estou muito bem", o que em si não quer dizer que estejamos doentes, mas também diz que não estamos inteiramente saudáveis.

Neste sentido, a noção oriental de opostos complementares, como "Tao" (princípio de oposição complementar das energias Yin e Yang transformando-se em uno), satisfaria de modo mais complet0o a nossa sensação intuitiva de bem-estar como sendo uma orientação dos nosso organismos, sem nos decretar a saúde a partir de medições exclusivamente racionais, sem considerar os fatores intuitivos e as sensações, e por vezes, excluindo o fator humano da nossa condição humana. Saúde e doença são processos contínuos de transformação, ou seja, o organismo como um todo tende sempre a estabelecer harmonia e saúde relativas.

Do senso comum, dos ensinamentos de nossas mães, avós, bisavós e desde muito antes, na realidade, do desenvolvimento das civilizações é que vêm as noções mais básicas e ainda completamente válidas e essenciais às nossas vidas: lave bem as mãos antes das refeições, guarde o lixo em recipientes fechados, beba somente água filtrada ou fervida, não tome banho em água suspeita, ande sempre calçado, mantenha a casa sempre limpa, limpe o vaso sanitário diariamente, não deixe animais domésticos 'se aliviarem' dentro de casa, não permita que caia restos de comida no sistema de esgoto, lave bem os alimentos antes de comê-los, mantenha sempre limpos o seu corpo e o ambiente em que vive, não jogue papel e outros objetos no sanitário. Ainda hoje, com toda tecnologia, nenhum dos conselhos acima perdeu sua validade, aliás, parece que a cada dia mais estas orientações ancestrais ganham em importância. O que nos mostra não uma falha das ciências, mas sim uma sabedoria preciosa capaz de nos trazer até aqui passando por milhares de anos sem todo aparato científico, e que deve ser considerada amplamente no entendimento das necessidades do ser humano. Não somos simplesmente o objeto doente ou saudável em estudo, mas sim quem se integra e determina a relação de bem-estar indivisível como um todo. Desta forma, podemos pensar que a saúde é uma interação dinâmica entre o indivíduo e o ambiente, permitindo uma adaptação, movimento e desenvolvimento.

Saúde tem a ver com o modo como nos relacionamos com nós mesmos e nosso meio ambiente, e nos tornamos tão saudáveis quanto nos adequamos aos fatores físicos, mentais e sociais, mas não sem estresse, ou pelo menos com o mínimo necessário a ação.

Diferindo o negativo do positivo, se é que isso é possível... O estresse negativo poderia ser definido como o conjunto de respostas físicas e mentais a uma incapacidade de distinguir entre o real e as experiências pessoais com respostas físicas e mentais não adaptadas. Já o estresse positivo é aquele que nos põe em prontidão, vívidos e aptos a respostas coerentes e eficientes.

Tendo as mais variadas causas possíveis como dor, mágoa, luz forte, som altos, nascimentos, morte, guerras, reuniões, casamentos, divórcios, mudanças, doenças crônicas, desemprego, dívidas, provas, tráfego, prazos, violência, conflito, decepção, comidas não-saudáveis, fumo, insônia... Só podemos lidar bem com este fator, que pode tanto agregar eficiência em nossas vidas como também diminuir nossa saúde, aprendendo a lidar com as situações. O planejamento é um dos melhores meios de evitar o estresse, ao organizar-se, as pequenas surpresas desagradáveis são minimizadas, e também reservar um tempo livre para descanso e relaxamento. No trabalho, quando possível, buscar a descontração e tornar o ambiente menos maçante, colocando uma planta na mesa, fotos de pessoas queridas, uma música suave ao fundo, e quando tudo estiver muito acelerado, procure reservar um tempo para descansar, nem que sejam só os cinco minutos do cafezinho. Ao sair do trabalho é importante pensar em outras coisas, aliviar a cabaça e deixar para o dia seguinte o restante das tarefas. E nos casos mais graves, procurar ajuda profissional é uma solução.

Para se alcançar um estado de bem-estar mais completo e duradouro é necessário que se viva onde se está. Isto parece óbvio até sem muito sentido quando dito desta forma desconexa. Mas paremos para pensar sobre isto um instante. Seus pensamentos estão sempre onde seu corpo está atuando? Se você respondeu sim, considere-se um privilegiado, pois a maioria de nós ou vive ansiosamente tentando antecipar os acontecimentos vindouros, ou revirando mentalmente o passado. Outra vez parece incorreta a afirmação, mas vamos refletir um pouco sobre isto. Sozinho no seu caminho para o trabalho, você pensa no que terá por fazer ao longo do dia, da semana, até do mês, ou observa o caminho, o tráfego, ouve uma música, o que se passa ao seu redor? Muitos dos nossos esquecimentos, falhas, e problemas de um modo geral são originados na nossa ausência do presente. E isto também se aplica a nossa saúde. Sempre que deixamos de almoçar para terminar mais rapidamente uma tarefa, não praticando nenhuma atividade esportiva por falta de tempo, quando não observamos os pequenos detalhes que compõem a beleza de se estar vivo, aí sim que perdemos qualidade de vida. E declaramos solenemente ao médico: não sei como isso foi acontecer!


"Se todos nós fizéssemos as coisas que somos capazes, ficaríamos maravilhados com os resultados."(Thomas Edison)
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